Infertilidade

Coito programado é uma técnica que consiste em otimizar o processo reprodutivo por meio da estimulação ovariana controlada. Habitualmente, é indicada para casais com pouco tempo de infertilidade, quando a mulher tem trompas normais e o sêmen do marido não apresenta alterações.

No coito programado o médico administra medicamentos para estimular a produção dos óvulos na mulher, programando a ovulação. O controle da ovulação é realizado por meio de exames seriados de ultrassom, para que o médico identifique o período certo da ovulação. Orientando o casal a manter relações sexuais mais frequentes nesse período, cerca-se o real período fértil. 

A inseminação intrauterina é um tratamento de baixa complexidade. Inicialmente é realizada a estimulação da ovulação para otimizar o processo ovulatório, o que leva de 10 a 12 dias. Por meio de exames de ultrassom, é monitorado o crescimento dos folículos, que são estimulados pela administração de medicamentos indutores da ovulação. A inseminação intrauterina permite a previsão exata do dia da ovulação. No dia da ovulação, o sêmen é preparado e inseminado na cavidade uterina por meio de um cateter bem fino e delicado, melhorando a possibilidade de fertilização.

A inseminação intrauterina é indicada para pacientes com diminuição da motilidade espermática, diminuição leve da contagem de espermatozoides, aumento da forma de espermatozoides com formas anormais, para a infertilidade sem causa aparente (ISCA) e com muco cervical hostil.

A fertilização in vitro, conhecida também como “bebê de proveta”, é muito utilizada pelas clínicas para resolver problemas de infertilidade. Ela é uma opção que oferece grandes chances de gravidez para casais que enfrentam dificuldades de engravidar, com a mulher já tendo passado dos 35 anos.

Geralmente é indicada para os seguintes casos: infertilidade do casal há muito tempo, idade materna avançada, mulheres com as tubas uterinas obstruídas ou ausentes, pacientes com endometriose, síndrome de ovários policísticos e com laqueadura tubária, infertilidade sem causa aparente, e homens vasectomizados ou com azoospermia (ausência de espermatozoides no ejaculado).

A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é uma alternativa revolucionária, que oferece alta taxa de concepção para homens que inicialmente eram considerados com infertilidade irreversível ou intratável. A grande vantagem da injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é superar a dificuldade de o espermatozoide penetrar o invólucro do óvulo.

Essa é, muitas vezes, a melhor solução para os casos de infertilidade masculina, porque a fertilização in vitro exige uma determinada quantidade de espermatozoides, muitas vezes não alcançada por homens subférteis. As etapas são semelhantes às da FIV convencional, com respeito à aspiração e transferência dos embriões.

A eclosão assistida é um sistema que permite uma micromanipulação para facilitar a adesão do embrião ao endométrio durante seu desenvolvimento in vitro. Ocorre através de um orifício na camada que envolve o embrião, denominada zona pelúcida. Indicações para a eclosão assistida com laser (Assisted Hatching):

• Idade avançada (acima de 38 anos)
• Embriões que apresentam zona pelúcida espessa
• Falhas prévias em FIV
• FSH elevado no 3º dia do ciclo

O congelamento de óvulos, sêmen e embriões é recomentado para quem quer postergar uma gravidez e ter garantia de células reprodutoras no futuro. Congelamento ou vitrificação é uma técnica de congelamento ultra-rápido (-196º C) que assegura resultados excelentes nos tratamentos de Fertilização In Vitro.

Diferentemente do congelamento lento ou convencional, esta técnica de vitrificação impede a formação de cristais de gelo no interior das células, produzindo um estado vítreo no embrião ou óvulo, evitando danos celulares.

A doação de óvulos é um ato solidário e altruísta de mulheres que querem ajudar outras mulheres que dependem de óvulos doados para realizar o sonho de ser mãe. No Brasil, desde a última atualização da resolução CFM nº 2.168/2017, mulheres podem ser doadoras de óvulos de forma anônima e voluntária (sem caráter lucrativo). Cada clínica pode estabelecer critérios para a doação. Acompanhe abaixo as regras da Clinifert.

Quem pode doar

Mulheres saudáveis com menos de 33 anos e que tenham uma boa reserva ovariana, sem histórico de doença sexualmente transmissível, tenham exame genético cariótipo normal e não apresentem endometriose.

Quem pode receber

• Mulheres que entraram na menopausa precocemente
• Mulheres mais velhas que não produzem mais óvulos de boa qualidade
• As que já fizeram algumas tentativas de fertilização in vitro – FIV –, sem sucesso
• Mulheres que tiveram câncer e precisaram fazer tratamento quimioterápico/radioterápico, afetando a produção de óvulos
• Mulheres com doenças genéticas com risco de passar para seus descendentes.

Mulheres com idade acima de 50 anos podem receber doação, desde que seja feito um acordo entre o paciente e o médico, em função dos riscos da gestação.

O Diagnóstico Genético Pré-implantacional (PDG) permite o rastreamento dos embriões para doenças genéticas/cromossômicas, antes que sejam colocados no útero. É empregado para avaliar casais portadores de defeitos genéticos conhecidos, como a fibrose cística, ou para uma anormalidade cromossômica específica, como a trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down), síndrome de Turner, e translocação não-balanceada. Transferindo para o útero embriões avaliados com ausência do defeito genético, torna-se muito pouco provável que a doença possa ser passada para a criança.

É indicado para os seguintes casos: 

• Mulheres acima de 38 anos
• Mulheres com abortamentos de repetição
• Casais que tiveram mais de três falhas de FIV
• Gravidez anterior com anormalidade cromossômica
• Diagnóstico de doenças ligadas ao sexo (ex.: distrofia muscular)
• Portadores de doença genética conhecida.

Atualmente, 86% das pessoas infectadas pelo vírus HIV estão em idade reprodutiva (entre 15 e 44 anos). Com a evolução da tecnologia, já é possível que tanto homem quanto mulher HIV positivo tenham filhos. Quando o portador do vírus é a mulher, a solução é realizar a inseminação intrauterina (IIU), o que elimina a possibilidade de transmissão do vírus ao parceiro.

Em relação ao bebê, a evolução até agora também foi grande: uma gestante sem tratamento tem uma taxa de transmissão do vírus para seu feto de 20-25%. Com abordagens avançadas durante a gestação e amamentação, este risco de transmissão do vírus reduz-se para menos de 1%.

Quando o portador é o homem, o procedimento usado é separar espermatozoides do vírus HIV, através de avançadas técnicas laboratoriais, e o uso desses espermatozoides selecionados para inseminação dos óvulos, reduzindo de forma importante a possibilidade de transmissão do vírus à mulher.

No Brasil, os casais homoafetivos têm os mesmos direitos à reprodução assistida que os heterossexuais. Isso está garantido por uma resolução do Conselho Federal de Medicina. Basicamente, há duas opções para casais de mulheres na gravidez homoafetiva: a fertilização in vitro e a inseminação artificial. O fator em comum entre as opções é a necessidade de um doador de sêmen, que não pode ser um conhecido do casal.

A oncofertilidade é a especialidade médica que cuida da fertilidade de pacientes com câncer. Muitas vezes, radioterapia, quimioterapia e cirurgias podem levar à infertilidade, por destruírem células dos ovários. A preservação da fertilidade em pode ser realizada de duas maneiras: antes do tratamento do câncer – congelando seus óvulos e depois do tratamento do câncer – recebendo doação de óvulos de terceiros.​

Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, cerca de 50% dos pacientes submetidos a tratamentos oncológicos têm risco de perder sua capacidade reprodutiva após o tratamento, podendo esta perda ser transitória ou permanente.