Menopausa

tratamento da menopausa - Dra Mila Cerqueira - Ginecologista em Florianópolis

MENOPAUSA E A SAÚDE DA MULHER MODERNA

Menopausa é o nome que se dá à última menstruação da mulher. É o marco do fim da fase reprodutiva, ou seja, o momento em que o organismo feminino deixa de ser fértil. Essa etapa da vida chega acompanhada de diversos sintomas que, muitas vezes, são incômodos e podem ser evitados ou tratados.

A faixa etária mais comum para a chegada da menopausa é entre os 45 e 55 anos de idade. Se ocorrer antes desse período, é considerada menopausa precoce. Nesse caso, pode ter sido precipitada por cirurgias ou hábitos não saudáveis, como o fumo ou uso de drogas, ou até ter origem na hereditariedade.

A palavra menopausa é, muitas vezes, confundida com o climatério. Vamos deixar claro o que é cada coisa. A menopausa é a última menstruação da mulher, assim como a menarca é a primeira. Só ocorre uma única vez na vida.

Por outro lado, o climatério é todo o período que leva ao fim da fase reprodutiva da mulher, que culmina na menopausa.
A confirmação de que a mulher passou pela menopausa chega após 12 meses do último ciclo menstrual. Outra opção é por meio de exames hormonais, que podem avaliar se a paciente está na menopausa ou não.

O climatério, portanto, é a preparação do corpo para a menopausa. É um período que pode levar anos. Vamos entender como funciona essa transformação. A mulher nasce com todas as células germinativas (folículos) que dão origem aos óvulos no decorrer da vida.

Esses folículos não são repostos nem podem ser formados posteriormente. Quando o último deles é expelido, os ovários perdem a sua função. Por consequência, a produção de hormônios como estrogênio e progesterona cai de forma considerável. Essa variação na concentração de hormônios tem consequências relevantes para a saúde da mulher.

Há mulheres que não apresentam sintomas da proximidade da menopausa. No entanto, há outras que relatam incômodos bastante acentuados. Esses sintomas aparecem ou se intensificam à medida em que a produção dos hormônios sexuais começa a cair.

Os primeiros sinais são listados a seguir:

Onda de calor: também conhecida como fogacho, é uma sensação de aquecimento no rosto, pescoço e parte superior do corpo. Pode vir acompanhada de uma vermelhidão na face, suor excessivo, tonturas, palpitações e fadiga muscular.

Alterações de humor: assim como no período menstrual, essa também é uma característica do climatério. Podem provocar insônia, irritabilidade, depressão, melancolia e cansaço físico.

Irregularidade na menstruação: a duração do ciclo menstrual e o volume do fluxo desse período podem variar bastante.

Região genital: a vulva e a vagina sofrem alterações e isso pode causar incômodos durante o sexo, principalmente devido ao ressecamento vaginal.

Trato urinário: a uretra e a bexiga também são afetadas, e pode ocorrer dificuldade para urinar ou, até mesmo, incontinência urinária, que é a perda involuntária da urina.

Facilidade de fraturar os ossos: a osteoporose é uma das consequências da redução do estrogênio no organismo da mulher.

Mudanças na aparência: com a diminuição do estrogênio, a produção de colágeno cai, o que torna a pele mais ressecada. Os cabelos tendem a cair mais e as unhas ficam mais fracas. Também acentua a concentração de gordura, o que pode levar ao ganho de peso.

Aumento do risco de doenças cardiovasculares: isso não é bem um sinal perceptível, mas é um dos sintomas do climatério. Acidente Vascular Cerebral (AVC), pressão alta e infarto são alguns exemplos.

A forma mais simples de evitar os desconfortos da menopausa é ter hábitos saudáveis. A alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos regulares ajudam a aliviar alguns dos sintomas desagradáveis. Os medicamentos fitoterápicos, às vezes, podem trazer algum alívio. Mas há outras opções de tratamento que devem ser consideradas para que a mulher moderna possa usufruir desse período da vida com mais qualidade de vida.

Terapia de reposição hormonal

Uma das grandes aliadas da mulher que vivencia os sinais da menopausa é a terapia de reposição hormonal. Por meio desse tratamento, é indicado o uso de medicamentos para manter equilibrados os níveis de estrogênio e progesterona no organismo. O objetivo é aliviar os sintomas físicos e psíquicos. Melhora as condições dos órgãos genitais e protege contra a osteoporose.

A reposição hormonal pode ser feita via oral ou transdérmica, dependendo de cada caso, conforme a necessidade. Existem diversas formulações de terapia hormonal que variam em relação a:

  • Tipo de composto – progestagênio isolado, estrogênio isolado ou estrogênio associado a progestagênio
  • Forma de administração – cíclica ou contínua
  • Via de administração – oral, vaginal, subdérmica ou transdérmica

A escolha do composto mais adequado deve ser individualizada, para minimizar os possíveis riscos associados à administração hormonal exógena. O tratamento deve ser indicado por um médico e avaliado individualmente.

Laser íntimo

Atualmente, a ginecologia regenerativa também faz uso do laser íntimo. É um tratamento considerado revolucionário, pois trata diversos sintomas da menopausa sem provocar dor. Pode ser usado em casos de ardência vaginal, dor na relação sexual, afrouxamento vaginal e atrofia vaginal, além de promover melhora na incontinência urinária leve. O tratamento a laser é indolor e o número de sessões varia de acordo com cada caso.

Existem muitos mitos e algumas verdades sobre a menopausa e o tratamento de reposição hormonal. Levantamos as principais dúvidas para esclarecer essa questão.

Desenvolve obesidade?

Mito. Há estudos que apontam que a terapia hormonal da menopausa pode, inclusive, amenizar a tendência a engordar que o climatério traz.

A reposição não está associada diretamente ao aumento de peso ou da gordura corporal. Ao contrário, pode até ter um papel metabólico protetor, ao impedir ou diminuir a transformação do tecido adiposo do padrão ginecoide para o androide.

Causa câncer?

Depende. O tratamento de reposição hormonal deve ser feito com a orientação individual de um médico responsável. Existe o risco de desenvolvimento do câncer de mama, mas há bastante controvérsia nesse assunto. Estudos apontam que o risco de câncer de mama associado à terapia hormonal é pequeno, com incidência de um caso para mil mulheres. Mas os dados disponíveis não permitem concluir as diferenças quanto ao risco conforme o tipo, a dose e as vias de administração. É preciso investigar o histórico familiar da mulher e dela mesma – caso tenha tido câncer – para embasar a decisão sobre o tratamento adequado.

Aumenta chance de trombose?

Depende. O risco de trombose não acomete todas as mulheres que passam por terapia de reposição hormonal. Estudos indicam que essa possibilidade varia conforme o meio de administração dos hormônios. As mulheres hipertensas ou com risco de trombose venosa podem se beneficiar da via transdérmica.

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