Infertilidade masculina também existe e pode ser tratada.

Infertilidade masculina também existe e pode ser tratada. - Dra Mila Cerqueira Ginecologista Florianópolis

Quando pensamos em dificuldade para engravidar, é comum que a atenção recaia sobre a mulher. No entanto, a infertilidade masculina representa quase metade dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). E apesar disso, o assunto ainda é cercado de silêncio, tabus e desinformação.

A boa notícia é que a maioria das causas pode ser investigada e, muitas vezes, tratada com sucesso. Conhecer essas causas é o primeiro passo para buscar ajuda no momento certo.

Entre os fatores mais comuns, a varicocele se destaca como a principal causa de infertilidade nos homens. Ela altera a temperatura nos testículos, o que pode prejudicar a qualidade dos espermatozoides. Felizmente, é uma condição com tratamento relativamente simples e bons resultados.

Outro fator bastante frequente são as alterações espermáticas — seja na quantidade, na motilidade (capacidade de movimento) ou na forma dos espermatozoides. Em muitos casos, é possível corrigir essas alterações com tratamento clínico ou técnicas de reprodução assistida.

Há também situações em que não há espermatozoides visíveis no sêmen, o que chamamos de azoospermia. Isso pode estar relacionado a obstruções ou a causas testiculares. Mesmo assim, ainda é possível recuperar espermatozoides diretamente nos epidídimos ou testículos, permitindo a fertilização in vitro com ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides).

Alguns casos envolvem alterações hormonais ou genéticas, que podem comprometer a fertilidade de forma mais complexa. Com exames adequados e diagnóstico preciso, é possível identificar caminhos terapêuticos e definir estratégias de tratamento eficazes.

E quando nenhum fator é encontrado? Isso também pode acontecer. A chamada infertilidade sem causa aparente não significa falta de solução. Nesses casos, a tecnologia e a medicina reprodutiva oferecem alternativas que aumentam significativamente as chances de sucesso.

É importante lembrar: investigar não é motivo de vergonha. Pelo contrário — é um gesto de responsabilidade, cuidado e compromisso com o próprio sonho de formar uma família.

Se esse tema faz parte da sua vida ou da vida de alguém próximo, saiba que existe ajuda. Com orientação adequada e acesso às possibilidades da reprodução assistida, é possível transformar dúvidas em decisões e dar novos passos com segurança.

E quanto mais cedo essa investigação começa, maiores são as chances de agir com clareza e efetividade.

Imagem by Freepik

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